Luto: Amar, Perder, Abandonar....

Um olhar no processo de luto

Imagem ilustrativa

Somos indivíduos que procuram se adaptar a qualquer tipo de relacionamento, vivemos de perder e abandonar; e em algum momento, seja com maior ou menor sofrimento, todos nós entendemos que a perda é, sem sombra de dúvida, uma condição constante da vida humana.

Lamentar é um processo de ajuste às perdas da nossa vida. Então, no que consiste a lamentação pelo que perdemos?

Ela é um processo interior difícil e lento, por vezes extremamente doloroso, e por ser algo próprio do ser humano, a lamentação está presente em vários momentos de nossa vida, como por exemplo, quando passamos pela morte das pessoas que amamos, o fim de um namoro ou casamento, o fim de uma amizade especial, e até a perda do que já fomos ou do que um dia esperamos ser.

Eu acredito que há um padrão no luto normal do adulto, considerando a individualidade de cada um. Dito isso, podemos concordar em dizer que passamos por fases de mudanças, fases da nossa lamentação, e que depois de mais ou menos um ano, às vezes menos, mas geralmente mais, concluímos a parte principal do processo de luto.

Muitas pessoas podem achar difícil aceitar a ideia de ter fases na dor da perda e se revoltar, mas, se pudermos aceitar a ideia das fases não como algo pelo qual devemos passar, mas sim, como algo que pode ajudar pelo que passamos ou estamos passando, daí talvez seja possível compreender por que a dor do luto é um processo.

A primeira fase desse processo, é de choque, apatia e uma sensação de descrença. E algo que passa na nossa cabeça é: “Isso não pode estar acontecendo!” “Não, não é possível!”. Mas o fato de que alguém que amamos não está mais no tempo e no espaço não é ainda uma realidade, está além do que podemos aceitar.

Um dos mistérios da natureza humana, ao passar por uma perda, seja ela qual for, pode haver uma única explicação. Nossa mente fica imobilizada com o choque e com muita dificuldade de compreender o sentido das palavras. Na mente só haverá a sensação de uma imensa perda, isso é tudo que ela  compreenderá. E como disse antes, serão necessários meses, talvez anos, para que a mente e a memória consigam reunir todos os detalhes e possam compreender a verdadeira extensão da perda.

A morte é um dos fatos da vida que reconhecemos muito mais com a mente do que com o coração, e na maioria das vezes, enquanto nossa mente reconhece a perda, o resto de nós continua tentando arduamente negar o fato.

Certamente a descrença e a negação podem continuar muito tempo depois do choque inicial. Na verdade, poderá ser necessário todo o período de luto para que a perda, seja aceita como uma realidade.

É nesse momento que os sentimentos de culpa, seja ela irracional ou justificada, são quase sempre parte do processo de dor pela perda sofrida. Nos sentimos culpados pelas muitas vezes em que falhamos com a pessoa querida que não está mais entre nós. 

Nessa fase de sofrimento intenso, algumas pessoas sofrem em silêncio, outras com palavras, mas cada uma passa por raiva e culpa, ansiedade e desespero. E cada pessoa, a seu modo, depois de conseguir finalmente passar pelos confrontos com as perdas inaceitáveis, pode chegar ao fim do período de lamentação.

Por meio do nosso lamento é que reconhecemos a dor, sentimos a dor, passamos por ela. Com nosso lamento aceitamos as dificuldades que a perda pode criar. Começando com o choque e passando pela fase de dor intensa, seguimos para o que se chama o fim do luto.

E, embora que por muitas vezes choremos, tenhamos ainda saudade, e esse fim do luto significa um grau importante de recuperação, aceitação e adaptação. É nesse momento que recuperamos a nossa estabilidade, a nossa energia, a nossa esperança e principalmente a nossa capacidade para novamente investir na vida.

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A clínica Tríade fica localizada junto ao Consultório do Dr. Dilamar, na Rua Vicente Machado, em frente ao Cartório de Registro Cívil, em Palmital.


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