Universidade Estadual de Maringá fará dois importantes estudos sobre o coronavírus

Portal Douglas Souza

Objetivos são compreender o vírus no organismo, comportamento na sociedade e taxa de transmissão


Pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) darão início, até o final de julho, a duas importantes pesquisas sobre o novo coronavírus. De acordo com a professora e pesquisadora Márcia Consolaro, do Departamento de Análises Clínicas e Biomedicina (DAB) da UEM, e coordenadora local dos dois estudos, o objetivo é compreender a interação do vírus com o organismo e seu comportamento na sociedade, assim como as taxas de transmissibilidade. 


Para o superintendente estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, o elevado nível técnico e científico dos pesquisadores das universidades e institutos de pesquisa do Paraná tem auxiliado em soluções dos problemas causados pelo coronavírus. “As iniciativas desenvolvidas reforçam o papel fundamental das nossas intuições de ensino superior no desenvolvimento do Paraná, deixando um grande legado para o Estado”, afirma. 


A primeira das pesquisas que começa no final de julho visa estudar as taxas de contágio do coronavírus. A UEM é a única universidade representando o Sul do Brasil no estudo, que é de caráter nacional. A Universidade já participa da Rede de Pesquisa Clínica Aplicada a Chikungunya (Replick), promovido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e aproveitará o mesmo laboratório de pesquisas para estudar o coronavírus. 


“Como já temos estrutura montada e equipe de pesquisadores trabalhando com vírus, optou-se por criar um novo projeto dentro desta mesma rede, o Rebracovid”, explica Bona. 


O objetivo é identificar se existem outras formas de contágio da Covid-19, além das vias oral e nasal. “Neste estudo, vamos contactar as famílias das pessoas que testaram positivo, descobrir quem também se contaminou, averiguar as taxas de contágio. Queremos estudar detalhes como: o vírus se transmite pela urina? E pelo sangue? Se sim, ele permanece infeccioso por quanto tempo na urina ou no sangue? São as respostas que queremos ter”, diz Márcia. De acordo com ela, até dezembro os pesquisadores devem ter respostas bastante significativas resultante da pesquisa. 


GENÉTICA - A UEM também integra a pesquisa intitulada “Abordagem genômica para investigar variações genéticas do Sars-CoV-2 (coronavírus) e no hospedeiro humano”. 


Trata-se de uma iniciativa do Instituto de Pesquisa para o Câncer (Ipec), localizado em Guarapuava, e visa investigar e identificar fatores genéticos, associados à evolução clínica da Covid-19 que torne o indivíduo predisposto a apresentar um quadro grave da doença. 


A pesquisa, inédita, envolve 11 instituições de pesquisa do Paraná, incluindo a UEM, e outras quatro do Estado de São Paulo. 


De acordo Márcia, a pesquisa vai analisar a suscetibilidade genética de pacientes ao vírus na população paranaense. “Queremos entender por que algumas pessoas têm o quadro grave e outras são assintomáticas. Para isso, vamos estudar as características genéticas de pessoas infectadas, buscar marcadores genéticos que justifiquem os sintomas mais e menos graves”, afirma. 


Ao todo, cerca de 20 pesquisadores da UEM estão envolvidos nas pesquisas, entre professores, estudantes de pós-graduação e profissionais da área da saúde. No momento, os pesquisadores estão coletando e selecionando prontuários. Em ambas as pesquisas, a população estudada está focada no Hospital Universitário de Maringá. 


RECURSOS - As duas pesquisas já possuem financiamento. A que estudará as respostas genéticas do coronavírus receberá investimento inicial de R$ 800 mil, com financiamento da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) e a Prefeitura de Guarapuava. Para o estudo, serão coletadas, ao longo de quatro meses, amostras de sangue e tecidos de pacientes infectados. 


Já a pesquisa da rede Rebracovid recebeu financiamento pela Fiocruz e de empresas privadas, totalizando R$ 3 milhões.

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