No mês do Orgulho LGBTQIA+ entenda sobre o B de bissexualidade

Essa parte da comunidade LGBT sempre sofreu certa invisibilização na grande mídia e é até hoje refém de estereótipos falhos

Foto - Reprodução/RSN

Não é novidade que existem vários espectros dentro da sigla LGBTQIA+, que vai desde identificação de gênero à orientação sexual. Em outras palavras, o termo engloba a forma como o indivíduo se enxerga no mundo e também como o desejo pelo outro se manifesta.

BISSEXUALIDADE
Dentro disso está o B, atribuído à bissexualidade, que é quando o sujeito sente atração por dois ou mais gêneros, ou seja, homens, mulheres ou pessoas não binárias.

Bissexualidade é um todo, identidade fluída. Não assuma que a bissexualidade é naturalmente binária ou poligâmica: que nós temos “dois” lados ou que nós precisamos estar envolvidos simultaneamente com dois gêneros para sermos seres humanos completos. De fato, não assuma que existem apenas dois gêneros. (Manifesto Bissexual)

A orientação ganhou força nos anos 1970, com o advento da liberdade sexual dos corpos, em que ganhou campos de estudo em grupos de debate e pesquisa. Apesar disso, essa parte da comunidade LGBT sempre sofreu certa invisibilização na grande mídia e é até hoje refém de estereótipos falhos.

ESTEREÓTIPOS
Ainda é muito comum achar que a bissexualidade é somente uma fase. Isso acontece porque ela é atrelada a sexualidade que a pessoa se envolve no momento. Ou seja: não enxergamos pessoas em relacionamentos monogâmicos como bissexuais, mas hétero ou homossexuais de acordo com o gênero do parceiro ou parceira delas.

Por isso, fora da comunidade LGBTI+, a pessoa bissexual muitas vezes é interpretada como alguém que está experimentando, mas que logo vai voltar a ser hétero. Já dentro da comunidade, há pessoas que acham que a bissexualidade é somente uma transição para a homossexualidade.

Ambas as presunções são falsas e não levam em consideração as vivências reais das pessoas bissexuais. Inclusive, sobre esses preconceitos, Ingridy Laura diz o seguinte:

 "Hoje em dia, depois de quatro anos afirmando a minha bissexualidade, as pessoas próximas a mim já entenderam que “não é uma fase”. Mas no começo tiveram vários comentários do tipo “sempre soube que você era lésbica”, mesmo eu dizendo que era bissexual. Senti em vários momentos a minha sexualidade sendo invalidada, até por membros da comunidade LGBT."

Ela ainda relata que uma garota não quis assumir um compromisso, porque não confiava em mulheres bissexuais. “O clássico que bissexuais traem, também já escutei bastante, sendo que a sexualidade com certeza não está ligada à fidelidade”.


VISIBILIDADE BISSEXUAL
Por conta de preconceitos, como os citados acima, e poucos debates sobre ser bissexual, essas pessoas muitas vezes se sentem invisibilizadas.

"Precisamos falar que ser bissexual não é 50% hétero e 50% gay, somos 100% bi. E que independente de quanto você se atrai pelo sexo oposto ou pelo mesmo sexo, a bissexualidade é sempre válida."

Essas pessoas se mostram frustradas com a imposição de anunciar ou escolher uma identidade homossexual ou heterossexual. “Depois que conheci essa letra da sigla, minha cabeça explodiu e tudo fez sentido. Toda aquela confusão da adolescência ficou muito clara na minha mente, sobre como eu me sentia em relação a alguns amigos e amigas. Afinal, isso sempre esteve dentro de mim”.

Esse sentimento de sentir-se invisível pode ter impactos severos na saúde mental. “Com certeza, antes de enfrentar a dificuldade de falar em voz alta para as pessoas ‘eu sou bissexual’, foi muito difícil de me aceitar assim. Passei bastante tempo questionando o que eu realmente era e parecia que eu não era bi o suficiente pra isso”.

Portanto, se você se identifica como bissexual e está passando por um momento difícil, considere a terapia como uma forma de se cuidar. Além disso, caso você conheça alguém que seja bi, ofereça apoio se ela precisar, e converse sobre o assunto.

Ingridy também indicou alguns perfis que ajudaram muito no processo de conhecimento sobre a bissexualidade:


Por fim, ela finaliza. “Depois que eu me aceitei assim, foi mais fácil para as pessoas me aceitarem também”.

(Créditos: Portal RSN).


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